O papel (ofício) de amar
Escrevo detalhes à caneta numa folha sobre a prancheta que fizeste de meu corpo,
teu nome está assinalado, com tuas formas registrado no papel timbrado do meu coração,
no mural de meu peito, marcas indeléveis de teus dedos, presas a tachinhas e percevejos,
marca-texto sobre o pretexto de nunca mais esquecer teu rosto, nem o resto...
Sobre a mesa desejo, ser prato de entrada e sobremesa de beijos,
ossos do ofício de amar, que nunca irão se quebrar,
as horas passam e voa o tempo, por sorte estamos no mesmo departamento,
remunera-me então com o olhar, assinala teu ponto em mim,
nunca pensei que trabalhar contigo pudesse ser tão prazeroso assim...