Átomo eterno da poesia

Sou pobre, mais que um miserável

Não possuo uma cama para me deitar.

Durmo ao relento, contra o tempo

Sem um nicho pra acampar,

Meso assim sou feliz ao som do vento.

Meu destino é correr pelas veredas

Por onde passa a tristeza e a solidão.

Não nasci em berço esplendido

Vim ao mundo para fazer uma doação.

Dar meu sangue, nos poemas, rimas e versos,

Para causar no universo uma confusão.

Um poeta se assemelha a um meteoro

Que depois de vagar entre as estrelas,

Para morrer, necessita vir ao chão.

Como átomo eterno se transforma

De pedra bruta e areia fria

Voltará a ser semente e nobre pão.

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 16/01/2009
Reeditado em 17/01/2009
Código do texto: T1387041