Átomo eterno da poesia
Sou pobre, mais que um miserável
Não possuo uma cama para me deitar.
Durmo ao relento, contra o tempo
Sem um nicho pra acampar,
Meso assim sou feliz ao som do vento.
Meu destino é correr pelas veredas
Por onde passa a tristeza e a solidão.
Não nasci em berço esplendido
Vim ao mundo para fazer uma doação.
Dar meu sangue, nos poemas, rimas e versos,
Para causar no universo uma confusão.
Um poeta se assemelha a um meteoro
Que depois de vagar entre as estrelas,
Para morrer, necessita vir ao chão.
Como átomo eterno se transforma
De pedra bruta e areia fria
Voltará a ser semente e nobre pão.