Sublimação
Sublimação
As ruas,
cruzadas pernas
desfazendo alinhavo
nas mangas novembro:
desiludido maneta
não tem mais verso.
Mas cochicham
ao longe palmas
guarnecidas de toco:
tem poesia.
De que então se ascenderia
inebriado coração, se não
num aconchego alfabético
mugir da vida?
Nalguma fugaz versão
de peça tão famosa
que não se sabe o nome,
mas continua estória?
Calam-se os lábios
Da invocação do outro,
Na inconstância do onírico
Que não cabe no papel.