APENAS UM CONSELHO
Friamente me comunicastes:
Conheci um alguém, um aceno e partiu,
Sem a menor consideração de sua parte,
sem pensar que a minha felicidade
Dependia exclusivamente de você!...
Hoje, para mim queres voltar,
Arrependida imploras perdão,
Entre lágrimas, diz que foste iludida
Diante das facilidades materiais,
Assim se viu envolvida em louca paixão
E que este erro não cometerá jamais.
Foste imprudente, ofendendo, machucando,
Destruindo quem mais lhe amou
E que muitas vezes, amar, também jurou.
É certo que o tempo leva para longe
E se encarrega de suavizar as magoas,
Mas o que posso fazer,
Se este tempo ainda não passou?
E a ferida que ficou, cruelmente,
Ainda sangra, não cicatrizou.
Não tivestes dignidade
Ao demonstrar que seu amor
Não tinha firmeza, era apenas falsidade.
Nesta circunstancia, pede-me nova chance,
Queres e clamas por outra oportunidade,
Que esqueça e tenha paciência contigo.
Como pode pedir-me isto,
Se sou eu quem precisa superar a decepção
E o ressentimento que me restou?
Com precipitação vem dizer-me
De seus propósitos, planos e desejos,
Que sempre fui importante para você
E que de fato só a mim você amou!
Olhe, peço-lhe, reconheça seus erros
E não tente modificar minha decisão,
Compreenda que não posso resignar-me
E ser conivente com a traição.
Agiste precipitadamente
Seguindo seus impulsos, sem a menor noção,
De que o erro seria fatal
E que feriria profundamente meu coração.
Procure amadurecer seus sentimentos
E entendas que não existem possibilidades,
Saiba que o meu amor, o meu afeto,
Simplesmente por você desapareceu.
Que isto sirva-lhe de lição
E faça com que aprendas
Que não se despreza a quem nos ama
Por uma falsa e louca paixão.