Contidamente

Contidamente

Vanderli Granatto

Inquieto olhar, ora estático está,

sem manifestar o que está

acontecendo.

O pensamento em ebulição,

repensa nas atitudes de contenção.

Quisera ir à conquista,

desvendar de vez, o sentimento,

que nasceu nas profundezas,

mas dúvidas surgem em meu interior.

Será verdadeiro esse sentimento,

ou somente ilusão, de quem sofre

e precisa de carinhos a confortar os dias?

No coração, na alma novos sonhos surgem,

desfazendo um passado de desalento.

A esperança ressurge, na querência do novo.

Na clareira que se abriu, há chamas

chamuscadas de desejo, querendo derrubar

os muros da quietude dos anos frios,

de completa solidão.

O amor latente nas palavras,

exprimem a sinceridade de um ser.

Traduzem a inquietude de um segredo,

contido num coração com retidão.

Do medo, da retidão, da insatisfação,

quer fazer também o novo morrer, sem conceber o grito.

A alforria, a mente ao coração, não quer conceder.

As emoções contidas, no choro, o desabafo,

querendo se desprender das garras da desilusão.

Ah, se pudesse revelar-te este sentir!

Não retardes, reconheças a flecha,

que está tentando te penetrar.

Se sentir-tes atingido,

venhas ao encalço deste coração,

perdido de amor, a chorar baixinho,

no lamento contido, dessa grande paixão.

Vanderli

11/01/2009

Botucatu/SP