Invenção minha
Tentava lembrar quando foi que te criei.
Foi com um sorriso matreiro, na companhia de
pássaros. Em momentos incríveis
te inventei.
Sentei no degrau da varanda empoeirada, cheia de folhas e
flores perdidas ao chão. Fechei meus olhos, abri os teus
visão de sonho e cores, de risos e amores.
Numa elegante composição pendurei cada estrela do teu céu,
delicadamente entrelaçadas em linhas azuis pra não cair.
Cuidadosamente moldadas pra refletir o
seu prazer.
Dourei teus sóis que ofuscam o breu da noite que se adianta. Enchi teus lábios com sons de violinos que permitem borboletas dançarem num campo de margaridas no coração da primavera febril.
Te escolhi antes da sua concepção, numa probabilidade
infinitesimal de existir outro igual a você meu amor.
Amo cada de-ta-lhe
cada pe da ço
cada es pa ço
cada abraço.
Perdoe essa tola incrédula, mas ouso dizer que para
mim
fez-se a luz
depois de você.