Na rua
Ó por que me abandonaram?
Por que homem tu passas e não me vê?
Por que me negas a chance de ter,
Deixando-me neste vasto espaço de chão,
Sem chance de ser ou ter o pão.
Sem chance de sonhar de comer da ilusão.
E minha agonia é vadia e vadiando vivemos nós.
Longe da sorte tão perto da morte que zomba de nós.
Ó Deus tu me abandonastes?
Na sujeira da pele no doer da fome, num sono pesado, intranquilo que me consome.
Não tenho identidade!
Sou visto pela diferença não pelo homem.
A sede aumenta.
Onde esta meu lar? Um abrigo, sei lá!
Para proteger-me do infernal calor do sol,
Do frio vento que a noite sopra,
Da chuva fina que a madrugada manda.
Onde estão?
Eu só queria uma chance de mostrar ao mundo que sou eu.
Só queria lutar pelo pão que é meu.
Não queria mendiga- lo pelas ruas que cresci e outras que nunca vi.
Queria uma janela que fosse pequena...
Que no interior dela houvesse dignidade
Para mesmo dela que meus olhos
A lua calma alcançasse.
E pudesse eu sonhar em perfeita liberdade.
O Deus permitas que o homem escute tudo o que te disse eu.
O mundo cresce, já somos muitos.
Minha alma já quase falece.