partículas impuras
partículas impuras
19 de setembro de 2008, 18:28
Terei chegado à beira do abísmo.
Mas essa voz terrível,
que lá do fundo me chama,
nada mais é do que o eco
das vozes da infância
que teimei em não reconhecer.
A solidão desse precipício insano
é um pedaço de tudo o que cuspi
nos últimos bailes,
lá longe, no planalto
[que eu imaginei] tranquilo.
Mas chegará a hora da decisão.
Ninguém escapa de decidir-se.
Estar à beira ou infantilmente longe
desse buraco atroz,
não impede que o dia fatídico chegue.
Como na música:
"só sei de mim, só sei de mim, só sei de mim..."
Se isso é egoísmo?
Penso que seja apenas ser nada.
Um dia, adeus...