ÓDIO

Ódio

Vanderli Granatto

Ódio sinal desumano do desamor,

conquistado, por entre as trevas do pavor.

Sentimento que teima em ficar dentro do ser,

corroendo-o por dentro.

Ódio sinal de muita dor e mágoas guardadas.

Ódio explosão da mal querência,

da doença que se instalou

e não encontrou saída ,

para dar vazão,

às ignóbeis ruínas da desilusão.

Ódio sinal do sofrimento,

estampado num rosto lívido,

de um fraco, sem comedimento.

Espalha terror, sorri do sofrimento alheio.

Fantasia maldita do demonio,

disfarçada em alegria,

euforia, satisfação plena.

Fingimento de poder absoluto.

Ódio líquido fermentado, putrificado, por entre

o irracional que adentrou e sai de um coração.

Destruição plena do ser, abate do bem querer.

Gosto amargo de fel, ineficiência do ser.

Espectro humano que se torna real,

a quem deixa-se dominar por este sentimento

de desvalor, devassidão, depravação de costumes.

Ódio não conhece razão, limites,

desaprecia o outro ser.

Petrificada a mente, sem desenvolvimento,

sem a liquidez do pensamento, sem razão ataca, fere,

quer imobilizar o outro para dar vazão

à sua raiva incontida.

Ódio ferida atroz da mente, do pensamento.

Ódio a ti, meu lamento!

Na força malígna mostras-te poderoso.

Impregnado estás de desamor.

Ódio, desapego à dignidade do ser,

discriminação do bem,

expansão das ruínas, idolatria do mal.

Esquecimento total da fé, da fraternidade,

da paz, do amor, de Deus.

Ódio doença do sentimento que desajustado,

provoca destruição.

Sentimento ignóbil, vingador, de total desamor.

Vanderli

10/01/2009

Botucatu/SP