Jardim da saudade
O que dizer agora?
Nada!
Absolutamente, nada!
Se até as músicas são feitas de pausas e sons,
então, por direito eu me recolho inicialmente às quietudes do jardim da saudade da minha alma.
Feito isto, a vida segue então o seu curso como um rio;
e isto, independente das alegrias e decepções que sofro.
"Há tempo para todas as coisas:
tempo de falar e tempo de estar em silêncio".
E eu me calo e falo.
Há momentos em que eu simplesmente me calo
e outros em que falo horas a fio,
numa tentativa desesperada de ser compreendida.
Dia desses aí, foi o meu aniversário.
Um dia de grandes revelações e de muitas reflexões.
Dia feliz...
Dia triste...
Mas já foi!
Passou!
Mais trapos lançados no meu baú.
Quem sabe um dia me sejam úteis?
Quem sabe um dia eu faça uso deles?
Numa boneca de pano, talvez?!
Para alegrar o coração de alguma menina.
Ou que me sirvam os pedacinhos de trapos, como remendos.
Remendos a serem deitados,
nesta colorida colcha de retalhos que sou.
Pode até ser que os tais fiquem esquecidos para sempre;
que não me sirvam para mais nada;
que apodreçam e desapareçam com o tempo,
corroídos por traças;
lá no fundo do baú,
que guardo no interior do meu ser.
Sei lá...
Pode ser...
Quem sabe?
Quem vai saber?