Iguais...
Olhei-te,
E ao olhar-te vi-me.
Pois que sou teu reflexo, teu nexo, teu verso...
Ao sol, na tua sombra era eu quem figurava,
Vez que tua imagem confunde-se a minha,
Quando tuas mãos toquei, foi a mim que senti,
Tuas linhas misturam-se as minhas, como se misturam os destinos,
És meu tato, acenos, gestos...
E ao beijar-te, eram meus lábios os teus? Já não sabia se meu ou teu o sabor, pois que nossos gostos eram como frutas enxertadas...
Teu riso meu alegrar
Teus dias, meu sentido.
Teus pés, meu caminhar.
No que me fui te carreguei comigo, abrigado em mim, mas rebelde, parte de mim partiu, foi morar em ti.
Cuidamos um sentir que nos conduz ao fundo, que rege, conduz nossos olhos quase secos do nosso olhar.
Nosso chão agora é diferente, terras se misturam,
O sul tem o Cheiro-do-Pará, que agora tem na memória noites intensas de sol, regadas a beijos com gosto de mate e de amor.
Agora já não somos os mesmos, pois que somos tão iguais...