FRIAS DEDUÇÕES
Não quero exagerar
E fazer um falso juízo,
Pois és a minha personificação
Por mim altivamente considerada.
Mas em suas atitudes estas deixando
Transparecer algo irreparável
Que me envolve a alma
Em um manto de amargura,
Um doloroso pensamento
Martela-me a mente
E perco-me em frias deduções.
Encarando-a, vejo sua muda expressão,
E sei que tens tomado em seu íntimo
Para mim, uma péssima decisão.
Diga, fale-me, por cruel que seja,
Porque findou em seus lábios
As doces e afáveis palavras
Que enterneciam meu coração?
Será que as belas flores
Que coloririam minha esperança
Já estavam condenadas
Antes mesmo de germinar?
Ajude-me a entender, eu preciso saber,
Porque se vier a perder seu amor
Já nada me prenderá a vida,
Sabes que ela já não me pertence,
É sua, e tens o poder de abreviá-la!
Sei que isto não é divino,
Mas confio no perdão do criador
Pois se o que trago no coração
É um amor pecaminoso,
Não sei se me cabe a culpa
Por tê-lo em excesso
E se o trouxe comigo
Foi com alguma finalidade
E creio que o senhor, não deixara,
Que finde os meus dias
Perecendo na dor de sua saudade.