A VELHICE

Nas linhas da minha testa,

do passado, é o que me resta.

São tatuagens profundas

que ornam os meus olhos.

Algumas marcas de desgosto

mas outras tantas, feitas com muito gosto.

Em cada gelha uma história

que são reservadas nas arcas de minhas memórias.

a cada vestígio um aprendizado

e em cada sulco sou graduado.

Epiderme um tanto cansada

não pela fadiga da vida

porem, pelas chegadas e idas.

A barba, descorada pelos reveses do tempo

alvejadas pelo passar de mãos

de cada filho ,neto, e irmão

que se aconchegaram neste colo

sem nenhuma restrição ou protocolo.

As mãos já não as governo mais.

Tremulam como bandeiras

esbarrando e ate fazendo besteiras.

As vistas já se apagam como fogos de candeia

que queima sem fim

e teima em não perder os seu brilho

para que meus seguidores e herdeiros

não se percam dos meus trilhos.

É o que deixo como herança...

experiências, fé e bonança.

Que dividam esta minha riqueza

que não será adquirida por nenhuma nobreza.

Quando eu me for de vez

vou com as missões cumprida

Passei com honras, por aqui, nesta vida.