MUNDINHO QUADRADO TRISTE
Eu lhe falei, mas ela não quis crer... assim que ela entrasse em férias, eu sentiria uma falta imensa dela, no meu mundinho quadrado do messenger, das pessoas que valem a pena dentro daquela caixinha azulzinha-- na cor padrão, no meu caso, vermelhinha-- ela é quem mais faz falta... mas quem diz que ela se importa com isso? Não que devesse deixar de gozar seu período de férias, o descanso é sagrado, tá na Bíblia, até Deus descansou... não sei, essas férias parecem-me, de certa forma, só um pretexto para que ela se distancie mais da caixinha mágica onde nos víamos, nos abraçávamos, até trocávamos inocentes beijocas, e de quebra, de mim também... como das outras vezes, antes de ter criado coragem e dito-lhe tudo o que sentia por ela, em que uma pessoa do sexo masculino monopolizava todas suas atenções e os demais eram isolados, dos quais, o que mais sentia provavelmente era eu... e continuo sendo, só que desta vez ela sabe, eu já lhe disse tudo o que passava por minha cabeça, por meu peito, então, de certa forma, ela sabe também que posso sofrer com sua ausência.
Quis ser mais presente, desde o início, espero tornar-me mais presente, após o janeiro passar, espero por um resultado que me fará renascer lá, de onde jamais devia ter voltado de forma aparentemente tão permanente, então, numa cidade sem municípios dormitórios, sem uma região metropolitana, ficando mais difícil me isolar, se esconder de mim... se é que isso não passa de uma idéia ridícula da minha cabeça, um grilo sem sentido... um ano e meio atrás pareceu-me que enfim teria um motivo para ficar por lá, sem ter por que voltar tão humilhado, mas quem sabe agora seja o momento... o feriado de ano novo e o fim de semana imediatamente posterior foram só pensando nela, romantizando uma noite de ano novo juntos na orla do rio, acompanhando a queima de fogos... claro que isso provavelmente não vai acontecer, mesmo que eu retorne àquela cidade...
Sinto uma falta imensa dela... serão 30 longos dias, se não for mais tempo...