PRESA DO MEU SILÊNCIO...
PRESA DO MEU SILÊNCIO
Minha vida cerrou suas portas para o amor...
É preciso curar as feridas da alma, tão machucada
por tantas desilusões... Sim, meu coração
sente falta das emoções que o mantinham
vibrante, mas também chegou ao seu limite,
precisa se preservar antes que seus pedacinhos
se tornem tão pequenos, que se torne impossível juntá - los...
Se hoje vejo as noites mais escuras, também as
estrelas, a lua, com mais clareza... E isso me dói...
Porque elas não podiam refulgir com tanto brilho,
como quando observava - as sentindo tuas carícias
na pele, nossos corpos protegendo - se um ao outro,
na brisa fria, ouvindo o murmúrio dos teus lábios ao dizer meu nome... Sentindo tuas carícias na pele, aquecendo, nos inflamando...
Hoje, presa do meu silêncio, emaranhada nas teias
da minha solidão, apenas vivo de sonhos úmidos de lágrimas...
Oh... Por que meus pensamentos e lembranças não
se calam? Eu preciso de paz, daquela paz dos sepulcros
intocados, das manhãs que desabrocham nos desertos,
do alto dos espaços, onde um único som, que seja, se
propaga... E então, quem sabe, todas as lembranças,
essa pungente saudade, se desfaria para sempre...