Convite
A estrada é convidativa. Ela chama aos seus caminhos. Estes, irresponsáveis para o momento, provocam-me. Suscitam a despir-me das responsabilidades e sair ao seu deleite. Talvez, mesmo irresponsável, seja esta a decisão mais acertada para o acalento da alma. É isto que me condena. A razão sempre à frente, ditando as regras, formalizando os dias, tão certos como os ponteiros do relógio que, como por deboche, passeiam em círculos sem descanso. Travada por esta vil falta de coragem, fico aqui, apenas a observar quão bela é esta estrada, que inutilmente me chama.