Queixa
Pegou pesado
E sua língua de trapo,
De pano esfarrapado,
Dessolou o meu sapato;
Vim de peito inocente,
Todo meloso e contente...
O sol não se fez ciente
E o frio escuro latente
Daquela brasa ardida,
Tua boca maldita,
Passou despercebida
Quando cuja, a tal dita,
Fez-me cair a ficha.
Não deu tempo, de fato!
De queixas, conjugado
Está meu verbo, indiferente;
Por absurdos, agredida
A minh’alma geme
E chora... Chora demais até...
Até a confusão nela reinar,
Até o pranto dela ceifar
Da profunda cerne,
Do ínfimo amém,
Consumindo-se além
Com a vingança ao teu sangrar.