O menino que viu o amanhã

Era um menino branco, de olhar travesso e péz no chão;

O menino de olhar triste, quando tinha fome;

E alegre na hora de brincar, de pular, dançar e jogar bola;

O menino fruto de tanto egoísmo.

O velho sábio o viu chorando e contou-lhe uma história...

A história do seu amanhã;

E o menino atento ouviu, sereno, deslumbrado;

Com a bola suja em seus pequenos e sujos péz;

Ele ouviu a voz rouca e longínqua do velho;

A voz de um Deus acalentado.

Do alto do morro você, pequeno menino, surgiu;

Como o menino de Maria, nasceste problezinho;

Humilde e simples de coração;

Correndo pelo becos, do gueto e do morro;

Mas em seu peito, dorme um gigante adormecido;

Que se revoltará com as injustiças, pobre menino pelo tempo esquecido;

Você irá crescer, será amado, mesmo em meio a humildade de seu lar;

Aprenderá desde cedo a compreender o nascer do sol;

E como a cada dia ums parte do tempo se perde;

E se vai mais um dia;

Na noite você pensa em como mudar o mundo;

Na sua cabecinha cheia de imaginações e sonhos encantados;

Nesta hora os olhos do menino brilharam;

Tão forte quanto a luz da lua que envonvia os dois;

Separados pelo tempo;

Mas unidos pela vontade;

Pela mansidão dos corações injustiçados;

Os dois conversavam, um ouvia, o outro aprendia;

E o mundo se abriu;

A voz do velho ecoava pelo morro;

Os olhos e o pequeno coração do menino enchiam-se de lágrimas;

Lágrimas que cortavam a face, que as pálpebras mal conguiam segurar;

O velho contou o futuro ao menino;

E ele entendeu o seu futuro;

Ele viu o seu amanhã;

Da pobreza de uma manjedoura nasceu o rei dos judeus;

O Homem que dividiu a história, entre antes e depois dele;

Chamaram-no Jesus;

Na humildade do morro, nasceu o menino;

Sujo, de péz no chão, tragado pela falta de compaixão;

Na humildade do morro, nasceu João;

João de Souza, o líder de um povo;

O líder de uma multidão, de um povo sofrido;

E assim o menino entendeu seu futuro;

E começava a trajatória de um líder nacional;

Pequeno menino, coração de leão;

Pequenos péz, gigante coração;

Sujas roupas, caráter impecável;

Assim surgiu João.

O homem coração de menino!

Valdomiro Vagner
Enviado por Valdomiro Vagner em 03/01/2009
Código do texto: T1365952
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