Normalmente, atribuimos o exílio de nossa alma, aquele emprego perdido, aquele ente querido que partiu “para ver outras paisagens”, aquele amor que nos rejeitou… Tudo isso dói de verdade e só quem já provou do cálice destas dores sabe o quão amargo é! Nessa hora, tentar fugir da dor é a maior cilada, a pior e mais letal armadilha em que poderíamos cair: temos que experimentar o amargor de cada momento, esgotar sua dor e não guardá-la no fundo baú da nossa alma, no porão das coisas mal resolvidas…
Se assim fizermos, estaremos sempre pisando em “terreno minado”: a qualquer momento, quando menos esperarmos, um passo incauto e aquela dor enterrada explode, despedaçando-nos!…
Queridos, é preciso atravessar o deserto: boca ressequida, olhos ardidos, lábios e pele queimados, pés abarrotados de bolhas, joelhos feridos pelas inúmeras quedas…
MAS VIVOS! E, quando pensarmos que, de nós só restam cinzas, novos desafios aparecerão e veremos o quão Fênix somos!
É preciso fazer o que é preciso ser feito. Redundante, não é? Mas extremamente verdadeiro para aquele que traz em si a marca da sobrevivência! Soldado do deserto! Linda Fênix que ressurge das cinzas mais forte, mais madura, mais guerreira, mais bela!…
O deserto? Já não nos amedrontará tanto, pois já o atravessamos e sobrevivemos a ele, apesar dos pesares.
Que venha o deserto! Quem sabe agora, a Fênix voará sobre ele? Quem sabe?
Quem…sabe?…