Palhaço
Qual alma tu vestes para ganhar este brilho que invejo
E que faz, desta alegria, toda a calma que procuro?
Não sendo a alma, triste, que me entorpece
buscarei, então, com as tintas que esconde teu rosto
fazer, na minha vida, tal igual contorno
e vivê-la -ei, livre deste abandono.
Empresta-me, agora, estes olhos que perguntam
se a alegria, desta fantasia, em mim reside
com eles olharei, para dentro, e descobrirei
se foi minha própria alma que, erradamente, invejei.