Minha Filha: Poesia

Minha poesia suspira, eu apenas a escuto. Eu e a poesia somos duas almas distintas e distantes.

Nossos anseios se confrontam, raramente se coincidem.

A poesia, por mim concebida, não se iguala a mim. Não se parece com meus “botões”. Logo que a concebi, deixei-a seguir sua sorte.

As suas lamúrias, sua jovialidade incansável, seus segredos, além de todos seus gritos e outros caprichos, tudo isso percepções ou sensações dela.

Eu, mãe imperfeita, nem sempre fui sua cúmplice.

Quando eu suspiro, minha poesia já está longe. Ela, indiferente, viaja enquanto tento segui-la sem setas nem mapas.

Talvez um verso, o menor de todos eles, a poesia o deixe comigo.

LLP
Enviado por LLP em 01/01/2009
Reeditado em 05/04/2009
Código do texto: T1362916
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