[Em Passo Lento]
Ah, como esses bois vão lentos,
Ah, como gemem os cocões deste carro,
Ah, como é sofrida esta viagem!
Também, pudera:
Amparado pela esteira do carro,
Lá vai o peso das minhas lembranças,
A massa do meu desalento de viver!
Oooaa Estudante, vai Coração,
Volta Boneco, seu boi tinhoso!
Vai Capitãooo, força Barroso!
Ah, criaturas mais sábias esses bois
Que carreiam as minhas memórias,
Sabem que a pressa é desnecessária,
Não sairão jamais dos meus olhos...
[Penas do Desterro, 31 de dezembro de 2008]