Apolo

Tu não me queres,

E ainda preferes

Transforma-te em pedra,

Ou em uma frígida árvore,

Foste deveras cruel ao fazer

Esta escolha.

Eu perdi também

A razão para existir como carne,

Como homem...Para que sorrir,

Se tua boca não sorrirá ao meu afago?

Vou cercar-me por todos os lados

Com os teus galhos,

Vou me transformar em homem rude

Para lavrar o campo onde acampas,

Onde moras.

Terei pelo menos, as sombras das tuas folhas,

Como um abrigo, como um refrigério,

Para os dias de forte calor,

E também para me proteger da chuva fria.

Dormirei aos teus pés, e à noite,

Tu voltaras à tua forma de ninfa original,

E eu, eu te darei outro tratamento.

Não serei mais tão arrogante,

Como fui enquanto rei,

E dono de todos os mortais.

Evan do Carmo 12/2008

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 30/12/2008
Reeditado em 30/12/2008
Código do texto: T1358878