P R E C I S O D E S C A N S A R

Em uma clara manhã de primavera,

Foi quando senti, pela primeira vez

a luz abençoada do dia, que sorrindo

parecia estar a minha espera!

Foi lá, em minha querida Rio Pardo,

Que nasci e cresci para a vida,

Onde comecei a despertar, gulosamente

Para a graça das lindas gurias.

Eram tantas, que ainda hoje me angustia,

Pois todas elas tinham a beleza que eu queria.

Vivia estonteado, pois elas com fervor

Queriam e acendiam o fogo de meu amor.

Mas por querer a todas elas, de lá

Um dia, tive que me despedir. Não,

Não pensem mal, ninguém queria me destruir!?...

Só que a todas, como eu queria,

Eu não pude, não sem um certo pesar,

De todos aqueles carinhos, usufruir.

Mas todas elas, estão em setes chaves guardadas

No indispensável baú, onde ainda lamento

Com desespero a minha vida passada.

Na partida, novas buscas, emoções transferidas,

Que veio culminar nas areias brancas de Torres

Onde meu barco, governado pela saudade,

Em suas praias ensolaradas, veio um dia aportar,

E de onde eu aportei, extraordinariamente

Um outro mundo, outra gente eu vislumbrei,

E senti no ar, o que aqui estava a me esperar.

Nas reviravoltas da vida, novamente,

Na mais bela, o amor, outra vez vim a encontrar,

Em todas vocês, deusas de Torres,

Delicadas e sensíveis, trazendo em si

O perfume exalado da essência das flores.

A todas de novo eu quis, milhões eu escolhi,

Mas que coisa, outra vez, a todas, amar não consegui!

E em uma só, “que bobo” eu me prendi,

Então interferiu o meu desmiolado destino

E este tolo, vive a minha vida querendo organizar,

Vejam só o que ele me falou, com descaso

E confesso que nunca vi, no Amor

Tal atrocidade, tamanha bobagem!

Ele simplesmente se recusou

Me dizendo que era muito tarde,

E o pior é que o meu anjo nele acreditou!...

Embora seus olhos falassem, e vivia a me demonstrar,

Que não era sua intenção me desprezar,

E pelas forças do mesmo destino

Por Ela, me encontro magoado, triste a chorar.

Resolvi dar um tempo, para o coração sossegar

E para minha querida Rio Pardo,

Estou partindo, tornarei a voltar.

Mas não esquecerei e pretendo retornar,

Só peço que esperem eu me recuperar

Das angústias amargas, que a paixão me faz passar.

E eu juro a todas vocês, que depois de recuperado

E o meu pique regularizar, para Torres

O meu barco. Sem Saudades,

Tornarei a direcionar...

ELIO MOREIRA

Elio Moreira
Enviado por Elio Moreira em 24/12/2008
Código do texto: T1351251
Classificação de conteúdo: seguro