Anoitecer com você
Preparamos os espetos e as batatas
Os cobertores agarrados aos pescoços
Caminhamos a luz da lamparina acesa
Subimos o morrinho até a casinha de madeira feita
Os troncos preparados para atear o fogo
O frio congelava na espinha
Os olhares falavam de tudo
As labaredas fortes afrontavam a noite
Os vultos eram de respiração ofegante
Os olhares de 180 graus admiravam as estrelas
O silêncio da escuridão da noite
Permitia ao amor a companhia
O calor do fogo escondia o frio
A floresta fazia dos corpos esculturas
Siluetas a mercê do mundo animal e do tempo
Apenas amantes a espera da lua
Ao sabor das batatas queimadas
Nas brasas deliciadas ao gosto
Do anoitecer com você.
Rio de Janeiro, 24 de dezembro de 2008