Vida-prosa
Uma prosa, um verso amargo
meu café sem açúcar,
meu vagar noite a dentro
minha visão tão curta.
Meu caminho de pedra
minha alma em assalto
um suspiro na curva
uma luva, um retrato.
Meu correr sem destino
o meu tempo perdido
meu cantar sem toada
sem você desafino.
Vida breve não passa
sou o frio no escuro
perdido vagando
do outro lado do muro.
Esperança é de neve
à distância é fatal
minha água turvou-se
estou à sombra do mal.
Noite alta de sombras
vultos rondam no ar
acordei só cansaço
tempestade no mar.
Uma prosa com rima
minha vida atual
mas vivo a poesia
minha água com sal.
Evan do Carmo 12/2008