Pensamentos... em mim

Que iria eu fazer da imagem dele em mim? Muito embora fechasse as portas do coração, ela já estava lá enraizada, espreguiçando-se... Deixei, então, ela bem quietinha- feito adesivo de chiclé e fui passear. Quem sabe não saísse com uma boa conversa de preferência com minha amiga do peito? Não! Não! Sem jeito! Eu iria visitar minha mãe... Correr os olhos por seu porto seguro- seu amor. Se o caso fosse chiclete... Era só lavar com água gelada...

Hem? Eu deveria olhar dentro de mim... O zunzunzum de meus pensamentos cortava minha razão... Dedo a dedo... Formigando nas mãos... Cigarra vadia violão em melodia...

“Vá-se embora!” Dizia a razão, senhora outrora de meu ser. “Não seja traquina... Deixe a menina!”... Uma luz em mim... Dançando assim... Assim...

Nos passos que dou há bem sei- um passo para o amor.

E dentro dos olhos antes serenos... Qual doce veneno... Um aviso: “Não podes te apaixonar!”... Lagartixa na parede se esquentado ao sol era uma mágica em mim. Deveria ser assim- Ficar parada, tranqüila, em harmoniosa espera do calor.

A mim, o amor.

Por isso é gostoso contemplar a natureza em seus segredos- As árvores de pé admirando-se ao vento pensando em flores e nas sementes. E frutos... E frutos...

Bem ali há dois gatos ronronando no telhado... Observo pombos na torre da igreja... Relógio soando...

Que imagem de vida!- Perto, bem perto o riso de uma criança – um toque de amor no ar! Tão simples as coisas, tão fortes as emoções! Muito mais forte a presença dele... Aqui no peito.

Pensar em amor!

Envolto em um manto indefeso, meu coração. Ninguém vê o emaranhado de meus pensamentos na manhã de seu céu nublado (Vai chover!). Tão clara a verdade...

Amor!

... Viajo em sonhos... Todos com destino à felicidade... O meu, este de amor... Tanto... Tanto almejado...