Meu íntimo
Poucas vezes, mexi na profundidade do meu mais íntimo sentimento.
E neste mais profundo, encontrei um universo inesgotável.
De perdão e vingança
De ódios e amores adornados
De doces e amargas lembranças
De tristezas e alegrias
De vida cheia e vazia.
Muitas vezes ficava outras ia.
Dores ganhas, felicidade perdida.
Amigo que chegava, outro que partia.
Um mundo tão imenso
Povoado e silencioso
Nas curvas, um vasto tesouro
Nas retas, um minguado ouro.
Rios de imensas alegrias
Correm por entre encostas vazias
Córregos de tristezas batem sobre pedras tão frias.
Mares azuis de serena amizade
Mistura-se a turbulência das águas escuras da maldade.
A brisa solta do amor
Sobrepõe-se ao vento que açoita a dor.
A garoa fina e gostosa do perdão
É mesclada de forte tempestade de vingança
A claridade do sol em enorme paixão
Ao mesmo tempo escura noite de mansidão
A terra seca e árida do orgulho
É molhada com chuvas de humildade
Aonde nascem cravos multicoloridos
De uma doce e branda felicidade.
É um mundo tão imenso este que tenho guardado
E anos a fio, eu o tenho namorado
A sete chaves, assim, está tão fechado
Que poucas vezes eu o penetrei
E nestas raras vezes, eu o adorei.