ATRIZ
Queria ser poeta e não apenas escrever essas incoerentes palavras e os versos mais desconjuntados. Pobre e previsível expressão do meu sangue, da minha vontade e desses carinhos guardados sob as sete chaves da sua distância e da minha saudade.
Queria saber escrever uns versos descrevendo como você abriu meu espetáculo e me fez estrela, bailarina de sonhos, dançando em seu peito.
Queria dizer do depois, quando as cortinas se fecharam e você, como as luzes de camarim, clareou meus seios e, astro, cantou as canções das carícias, allegro.
Mas, minhas palavras são um riachozinho modesto e quieto, indo, indo talvez no seu rumo, sem nunca saber se o alcançarão.