UMA BUSCA DESESPERADA.
 
Um grito d’alma.
 
Esta é sem dúvida, uma prosa poética que contém as minhas mais atormentadas paixões, aquelas que sempre quiseram desembocar naquele amor: grande, verdadeiro e compartilhado.
Eis as minhas razões por ter que sempre escrever versos desesperados, quando na verdade bem poderia escrever somente lindas canções de amor.
Se Pablo Neruda escreveu “Vinte Canções de Amor” para Matilde, por que meu Deus, eu sem o desnecessário revide, deixaria de escrever poemas de amor para a mulher amada, aquela que vier a me amar despojadamente?
E assim, eu me sentiria amado e por uma questão de direito e de afeto, eu lhe retribuiria com todo o amor que vive represado em mim.
Por certo, neste indizível momento, eu me transformaria no seu humilde vassalo, ser-lhes-ia também o mais reverente amante, mas nunca o seu escravo.
Tenho escrito prosas poéticas, sonetos, baladas e canções, tudo o que escrevo tem uma forma explicita de amor, na verdade, é um reclame da alma e tudo se resume num infinito grito de amor.
Meu Deus! Como eu amei essas mulheres em toda a minha vida, mas infelizmente, elas nunca me amaram!
Infelizmente, o que eu encontrei na estrada da minha vida, foram mulheres que estavam e ainda estão equivocadas com relação ao sentimento sublime do amor.
Diante desse fato e contrário senso, apenas me possuíram, mas foi uma posse sem graça, sem magia e sem encantamento e, eu de minha parte, nunca me senti realmente amado. Eis a minha desdita!
Por isso, eu vou continuar combatendo esse bom combate, essa incessante procura, no entanto, não serei um Dom Quixote combatendo moinhos de vento, pois se de fato o amor existir, eu continuarei obstinado o combate da eterna busca.
Estarei sempre enviando esse meu grito, quem sabe, ele ainda encontre ressonância e seja refletido lá do Cosmo e não se perca de vez no infinito.
Ah! Eu ainda vou encontrar essa mulher para amá-la e ser amado e, quando ela menos esperar, eu costurarei com as linhas do infinito o meu amor em seu peito.
Eu muito amei na minha vida, acho que muito amei, mas para desencanto meu, eu nunca me senti amado.
O que elas faziam era destronar com as suas praticidades de mulheres ocas e frias, mergulhadas no mar da insensibilidade interesseira, a minha feitura cavalheiresca e a minha forma idílica de amar.
Infelizmente, elas somente queriam um provedor de sucesso que as satisfizessem, não no amor, mas sim nos seus desejos, nas suas extravagantes vaidades e nos seus luxos consumistas.
É por isso que sempre escrevo versos desesperados de amor e eles acabam se transformando em versos tristes, quando eu gostaria de apenas escrever canções cálidas de amor.
 
Por exemplo, escrever o seguinte:
 
Corpo de mulher minha, minha ânsia de ti não tem limites!
Ah! Como eu desejaria acariciar os vasos do teu peito e a rosa negra do teu púbis eterno e sentir a tua voz lenta e triste, porém satisfeita, murmurando palavras ternas de amor.
Ah! Não vou mais explicar essa minha vida em versos porque seria inútil.
Porque afinal, o poema em si não pode ser reduzido ao âmbito reducionista da razão.
Ele é um grito profundo e genuíno da escura caverna do inquestionável inconsciente.
Para nascer, eu nasci!
Para viver, eu vivi!
E se for para amar de novo, eu juro que amarei!
 
 
 
Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 17/12/2008
Código do texto: T1340069