DIVAGANDO...
Talvez um conta gotas marcasse melhor as horas
Eu perdi a conta das contas que formavam meu colar
Eu analisei a contrapartida da porta aberta
E das pernas cruzadas, e não nego
Que vomitei risos pelas ventas
"Tu és doida, mas não tão doida quanto um labirinto"
Nesta madrugada exalastes acidez profunda
Teu salitre manchou meu vestido de renda
Agora eu corro para o rio sem ele
Pretendo chegar a tempo de nadar entre os peixes
Meus brocados dourados que se salvem
Na minha geladeira tem um Baco também
Assim este teu deus me serve com o sangue
Gotas escarlates enfurecidas tropeçando fora do cristal
Eu também tropeço, é culpa do hipotálamo
Eu não consigo fazer um quatro, serve um parêntese?
Eu até canto igual a uma sereia
Mas voar, eu vôo como uma borboleta
Paris, 2008