DIVAGANDO...

Talvez um conta gotas marcasse melhor as horas

Eu perdi a conta das contas que formavam meu colar

Eu analisei a contrapartida da porta aberta

E das pernas cruzadas, e não nego

Que vomitei risos pelas ventas

"Tu és doida, mas não tão doida quanto um labirinto"

Nesta madrugada exalastes acidez profunda

Teu salitre manchou meu vestido de renda

Agora eu corro para o rio sem ele

Pretendo chegar a tempo de nadar entre os peixes

Meus brocados dourados que se salvem

Na minha geladeira tem um Baco também

Assim este teu deus me serve com o sangue

Gotas escarlates enfurecidas tropeçando fora do cristal

Eu também tropeço, é culpa do hipotálamo

Eu não consigo fazer um quatro, serve um parêntese?

Eu até canto igual a uma sereia

Mas voar, eu vôo como uma borboleta

Paris, 2008

Iva Tai
Enviado por Iva Tai em 15/12/2008
Reeditado em 25/12/2008
Código do texto: T1336393
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