Evidência

O que vamos sonhar no sonho, sonho com o vento onde os terraços se aproximam do mar, não houvesse outro espaço para as aves e as árvores anunciam os bosques na música das sílabas.

Tivesse a voz em que a moldura da noite desvela um sentido inacabado, nada se extingue com a verdade que dura e dela sei o indizível quando apaziguar a luz que me arde.

Paredes brancas escritas num desenho único.

E fomos pela amada noite frequentar o silêncio, não havia muito mais quando tudo nos lábios é a superfície translúcida dos vidros. O rosto num espelho múltiplo,

folhas no ombro imenso da solidão:

o que vivi.

Agora não há lugar ao erro, se abrem as giestas demoradas do sonho.

A certeza límpida das imagens, percorro a casa para que existas

com a evidência da noite.