Paz e Amor - Reflexões de fim de ano
Pensando sobre mais um final de ano decidi escrever. Na verdade não penso sobre o final de ano. Penso nesse e nos outros anos que se passaram. Penso no quanto desestruturada minha vida esteve desde 2006. Depois de uma tempestade de coisas e deslizamentos internos, percebi que pode ser terrível para meus vizinhos de Santa Catarina estarem sem casa, mas pode ser ainda mais terrível estar sem paz interna, quando tudo desmoronou e somente agora eu sinto estar conseguindo reconstruir. Se bem que já percebi que eu sou uma pessoa que não pode viver totalmente na paz. Ela me torna sem vida, sem novidades, sem intensidade e sem brilho. Preciso sempre de um objetivo que me apaixone, sempre de uma faísca. Não quero viver de incêndios, mas não posso viver sem alguma faísca. É o calor que move a nossa vida, é ele que nos torna solidários, fortes, compreensivos, amigos e amantes. Não existe isso numa pessoa fria. Eu nasci paz e amor, muito mais amor do que paz, já que essa última é bem-vinda, mas sempre regada por uma pitada de pimenta. A paz não pode vir completa, senão me mata. E quando o amor me decepciona, a raiva se encarrega de me mover e isso eu não gosto. Isso eu não quero. Não é essa a faísca que eu preciso. Eu preciso de uma paixão. E não falo de uma pessoa, pois paixão por pessoas me torna cega e sem rumo, o outro nunca aceita a dimensão da minha paixão. Eu preciso da paixão por uma causa. Eu tenho conseguido retomar a minha vida através de coisas que eu adoro e que me envolvem muito. Mas eu ainda tenho sido insuportável com as pessoas. E num balanço de fim de ano, embora eu não ache bom fazer isso, eu estou percebendo o quanto fui cega, descontrolada e intolerante com tudo e com todos nesses últimos anos. Mas sinto que a paz está retornando aos poucos para dentro de mim. Ali que ela deve estar. Sempre acompanhada, pois sozinha ela me mata.
Texto sem formatação, sem parágrafos, sem revisão. Ele reflete a confusão que passei durante esse tempo. Achei melhor deixar assim.