“Estive no inferno e lembrei de você”*
 
 
Figura a desonestidade e a ingratidão
Vinda como um Frankenstein
Composto de pedaços costurados
Pedaços que não combinam
Braço de um
Olho de outro
 
Nenhum coração
 
Obtuso
Aterrador
Chegou como num pesadelo
Filme Noir, Filme “B”
 
Os pedaços “metamortos”
É que empunham
A tocha e o ancinho
Venceu
Pateticamente
Rasgou o recomposto
 
Triste engano
 
Monstro débil, disforme, egoísta
Esqueceu que já fora homem
Coração bate, salta
Faz arfar
 
Dilacere em vão
 
Não percebeu
Inerte peito
Jazia no fundo
Um antes enlevado coração**
 
 
“Não se deve alimentar o monstro senão ele cresce”*


* Frases transcritas do inesperado e inspirador livro  "O cheiro do ralo" de Lourenço Mutarelli.

** Odeio prosas, poesias, músicas, textos ... qualquer coisa que termine ou comece com a palavra "coração", mas não podia me furtar da "verdade poética" que há na procura  incessante de todo bom e velho Frankenstein.
Lidiane César
Enviado por Lidiane César em 09/12/2008
Reeditado em 30/01/2009
Código do texto: T1326690