Incertezas
No estado que estou, as palavras não conseguem chegar aos meus ouvidos. Há perante os olhos um obstáculo escabroso, impossível de ser removido. Queda, tremor, angustia, depressão! Sinais preparam o corpo e anunciam o desenlace. Se os fatos não mudam, porque a ausência? Queria eu transmutar o que se mantém constante. As ruínas do meu corpo caem aos pés do desespero. Ajuda-me a levantar e tente não reviver na memória o passado. O esquecimento transpõe a dor! Chegando a lugar nenhum estou buscando algo que não existe. Um traçado inerte que nunca será alcançado. Aproximar deste espaço me afasta do entusiasmo e afunda o orgulho em um buraco negro.
O retorno é marcado pela calma de quem sofre e pelo sofrimento dos envoltos. A realidade possui duas faces. Duras marcas que se contrastam. Sentimentos ambíguos, que apesar de diferentes, se intercalam. A dor figurativa impregna na real, fazendo da rotina uma incógnita. Drogas entram em minha vida com destino ao coração. Onde está o erro? Talvez na busca pelo incerto. Talvez na certeza da negação. A atenuação da amargura recorda a luta pela perfeição e a certeza da falta de primor.
Estou doente sem motivos aparentes. Criando falsas expectativas para moléstias inexistentes. Trocando a convicção pelo fracasso e obtendo sucesso. Neste campo arredio, a batalha, mesmo inoperante, não impede a explosão da mina. Não há mais como fugir. É preciso viver! Independente dos problemas e das soluções encontradas. Cada qual na linha estipulada para sua magnitude, procurando sempre a vitória. Mesmo que venha através da derrota.