Reticências...

Reticências...

Vanderli Granatto

Ainda que me fazendo pura, as agrugras me endurecem.

Deixam-me assim, triste, cabisbaixa, a pensar, nas tantas diferentes e tão iguais vidas, que também igual, isso acontece.

Suportei com reticências as crueldades ...

Sempre esperando que o melhor viria, no outro dia.

E vem dias e mais dias, o tempo rápido passa, mas a vida,

a mesma, nua.

Mudança por aí continua...

Aqui, o cansaço toma-me pelas mãos, conduzem-me em certas ocasiões.

Me fazem desviar o curso e no percurso imenso, tento por alguma razão deter-me, ali, aqui, nesse breve espaço, que tenho para encontrar-me.

Ao encontro, o desencanto, fere-me a razão e a emoção aflora.

Batendo descontroladamente, meu infeliz coração, busca a perfeição, mas cessa.

Descem em turbilhões as lágrimas, talvez para aliviar-me das mágoas

que ficam como espinhos cravadas no coração.

Cessa a esperança, que não mais se envaidece, atirada ao chão.

Imploro um pouquinho de entendimento, ao meu consciente,

das atitudes inúteis e sem razão que me acontecem.

Sucumbo-me ao chão da desilusão..

Contenho-me, somente diante de um olhar maravilhoso que enxergo à minha frente.

Calo-me, impávida!

Quero entender a razão de tudo acontecer.

Cortam-me os passos instantaneamente, no mais preciso momento,

quando a emoção fala, pois é maior que a razão.

Páro!

Sucumbida no espaço vago da existência.

Paro vencida pela morbidez de vida, que deixei se instalar, tomar meu espaço...

Quieta!

Calada!

Não sou nada!

Simplesmente e tão somente, um ser vagante, neste espaço.

Pra onde vou?

Paro!

Estática diante da crueldade auferida.

Somente o pensamento me levará para onde quero.

A mente determina meu espaço...

Mas a tristeza teima em ficar aqui dentro.

Me ama essa malvada!

Tudo se modifica...

Meu corpo sente e ressente também.

Toda energia atirada ao sabor da vida,

o corpo suportou com altivez...

A máquina do tempo não para,

seja apressado ou lentamente, a missão vai sendo cumprida.

Que Deus dê guarida, me faça crescer, me faça suportar a mesquinhes, de quem, domina pela ignorância, sem saber do mal que está a acometer!

É muito fácil ferir e se dizer inocente...

Banho-me na água fria, meu sangue quente se reabilita,

estabiliza-se, deixa-me em harmonia,

Leve parto para outras etapas...

Não peço ajuda, essa encontro em Deus.

Suportarei até o fim essa marca de desamor,

que não sei rebelar, para me livrar do mal que me acomete.

Tudo tem um dia, fim.

Caminharei lentamente...

esperando à frente, o que ainda está por vir...

Vanderli

04/12/2008

Botucatu/SP