espera
Os passos estão perdidos. Sempre os mesmos. Reticentes. Pequenos. Imberbes. Os caminhos tantos. A forma como se nasce. Como se vive. Como se morre. Os dias se sucedem. Iguais. Há tanto amanheci. E agora. O sol já vai baixo. O céu de vermelho implícito. A hora farta. A mesa posta. A fruta amarelecida. A noite não vem. É sempre dia. O tempo que perdura suspenso. Essa ânsia e esse medo do escuro. E a noite que não vem. O barulho se faz de inquietação. Guitarras tristes se movem nos arredores. Morrison canta sua noite que já chegou tarde. A lua está alta e a noite não vem. Meus pés estão descalços. As mãos espalmadas. A vida suspensa. Espero. Por uma noite que tarde em me abraçar.