Semente
Por diversos caminhos estou a vagar. Às vezes na beira, outras na encruzilhada. Errantes estradas. Rasgando-me em sonhos que não sei se são meus. Perdidas em flores de outros jardins. Um barco a vela, tocado pela brisa leve. Sem porto. Sem rosas.
De planta me fiz sem raiz. Flor de puro esquecimento. Recusa sem jeito. Perdi-me da terra que me fez carne. Das pedras que me fizeram cerne. Das águas que me tornaram cálice. Sem rotas me deparei acre...
Faz agora silêncio absoluto. O vento sussurra esse reencontro com a parte perdida de mim. O fogo batiza-me em suas chamas. As águas me lavam, a terra me brota com seu calor manso. Sou de onde vim.