Eu te amei
Esta manhã, encontrei um anjo. Desses verídicos. Tocava clarinete (E não associo a imagem ao fato de meu filho tocá-lo!) em Sib uma melodia de nome “Pedacinhos do Céu”. Tive a nítida impressão de estar no próprio. E meu anjo ofertou-me uma flor.
Não uso essa idéia para amenizar minha dor. Certamente falo após uma noite de insônia. Que passe distante de meu anjo os pensamentos de piedade. Mas você, meu leitor, já sabe- amei de verdade. Passado? Quisera eu entender quando o perdi.
Que será do mundo sem amor? Esqueço momentaneamente o anjo. Há uma guerra em mim. Sou um animal abandonado. Quem não sofre por amor? Faço a pergunta a mim mesma como a colocar-me numa situação entre tantos. Obrigo meus olhos a furtar a lágrima que teima em cair. E olha que entendo de lágrimas! Não desmaie meu coração às lembranças dantes.
No entanto, algo cultua a tristeza. Digo a essa voz acintosa que preciso ir adiante; não se deve romper a lei natural das passagens. Sou do tempo de flores. Flores! Amarelas, vermelhas abrindo-se à luz do sol. Simples Onze- horas.
Foram lindos os olhos dele! Olhos negros a queimar-me a pele em desejos. Tenha piedade meu anjo! Ampla é a dor em mim. Perdoem-me se abuso da subjetividade. Sou mulher frágil. Mas tenho forças para confessar: “Eu te amei!”.