Fui ontem, sou hoje também...
Fui Ontem, sou hoje também...
Oh robustas e prementes caravelas
Que me fizeram “parir-me” da minha mãe África!
Mãe calorosa, mãe carinhosa,
Mãe abençoada, minha eterna amada!
Fui criança, fui menino,
E homem filho para ti!
Aí vivi, aí cresci!
Amei minha alegria,
Meu sentimento,
Meu desprendimento
Que em cada minuto, aprendi!
E do sonho não me desprendi!
Vieram os “abutres” que de ti comeram
(...”Aí oh povo”! È comer e fartar, vilanagem! )
E por isso mesmo, esta viagem
Durou até aqui!
Foi longa, frutuosa, vivida e sentida
E penosa também!
Mas sempre tive saudades... De ti!
E te amei minha MÃE!
Ficaste distante, longínqua,
No meio do pó, no meio da guerra
Enfrentando a ira e a raiva de quem nunca te mereceu!
Comigo ficou a renúncia e a fé
Que me protegeu!
A saudade de ti permaneceu
E meu coração jamais esqueceu!
Trouxe dentro de mim a tua força e o teu vigor
Que veio do teu ventre
E hoje, VENCI!
Venci porque tenho outra MÃE
Uma MÃE adotiva e mais nova,
Que não me pariu, mas que me acolheu
E, com o mesmo amor me prendeu!
O seu enlevo de amor
De carinho e de ternura
Não deixaram que a minha “loucura”
Me fizesse perder nem esquecer
Daquilo que era meu!
EU:!
E me reconheceu!
Hoje sou um homem melhor,
Sou um homem sentido, vivido,
Assumido, refletido
Desse muito amor desejado e amado
E amado pelos meus irmãos e irmãs
Que me fazem renovado!
E quando penso em vós, duas MÃES
Só posso sentir-me abençoado
Por ter um novo coração!!
Só posso VIVER e SENTIR
A eterna GRATIDÃO!
Morro do Chapéu, 31 de dezembro de 2006.
Galahad