CAVERNAS
N'algumas manhãs,
É mister abrir as janelas
De mim.
Ainda é primavera,
E feixes de luz adentram meus caminhos
A Iluminar meus sentimentos,
A desabrochar diminutas flores esquecidas.
Com a força da poesia,
Rompo as estalactites da minh'alma
E com os restos dos versos que ecoam
Espanto os morcegos dos ninhos,
-Vampiros!
Sempre afoitos a sugar
As últimas gotas do que restou!
Passo incólume
Sob as teias que tentam
Me enrredar,
Porque não há travas que não se rompam,
Sequer escuridão que não sucumba
À luz dum sol...
Que sempre nasce.