O advogado
O advogado
10 maio 90
O bailarino maior teve o seu direito
à excelente fama,
simplesmente cassado.
Quem tirou-lhe esse precioso
(e vital) direito, foi o advogado
“Pastor das últimas tentativas”.
Quem o acusou e nele
meteu o processo, foi o
Brinquedinho da Caixa Musical,
pois achava o bailarino
um tanto quanto demente
e insustentavelmente obsceno.
Hallesbruck “Tink” Silva
(o nome do pastor metido a advogado)
alegou ao júri, que, por certo,
deveria ser muito menos escandaloso
se ele (o pastor) andasse nu pelas ruas.
Aquele bailarino sujo banha-se
de almíscar e depois rebola!
Isso mesmo, rebola!
Por isso, qualquer um de nós
que andar nu pelas ruas,
não conseguirá ser tão despudorado
quanto o bailarino
(em qualquer um dê seus gestos)!
O Piriquitinho Infeliz da Gaiola Fechada
-que faz parte do júri-,
indaga para onde deve ir o réu.
“Tink” diz: Que tal o paraíso?
Todos riem satisfeitos
E o bailarino desespera-se.