A Dormideira
Encontrei uma dormideira...
Mas essa não é uma dormideira comum... não!
As comuns se fecham quando se lhes tocam,
Enquanto que nessa, não posso sequer aproximar-me e já se fecha...
Basta que me achegue um pouco mais, e já vai retrocedendo.
Ao menor resvalo provocado por meu caminhar, se fecha sobre si.
Ah, dormideira! Quisera pudesse manter-te acordada.
Quisera não fosses tão sensível!
Quisera pudesse tocar em tuas folhinhas...
Esteja certa de que tomaria cuidado para não te despedaçar.
Quisera suportásseis o desejo desse vento impetuoso;
O desejo de chegar mais perto, sem correr o risco de não te ver aberta...
Quisera pudesse te tocar os pêlos,
Sem que me lançasses teu veneno, como tua defesa,
E me fazer coçar e coçar e coçar...
Ah, como a brisa da manhã quisera poder deitar-me sobre ti!
Como o orvalho da madrugada, quisera poder te lamber...
Como o vento da tarde, quisera poder remexer contigo num remexido de dois.
Ah, dormideira!
Quem me dera poder tocar-te e ver-te sempre aberta...
01/04/93
Encontrei uma dormideira...
Mas essa não é uma dormideira comum... não!
As comuns se fecham quando se lhes tocam,
Enquanto que nessa, não posso sequer aproximar-me e já se fecha...
Basta que me achegue um pouco mais, e já vai retrocedendo.
Ao menor resvalo provocado por meu caminhar, se fecha sobre si.
Ah, dormideira! Quisera pudesse manter-te acordada.
Quisera não fosses tão sensível!
Quisera pudesse tocar em tuas folhinhas...
Esteja certa de que tomaria cuidado para não te despedaçar.
Quisera suportásseis o desejo desse vento impetuoso;
O desejo de chegar mais perto, sem correr o risco de não te ver aberta...
Quisera pudesse te tocar os pêlos,
Sem que me lançasses teu veneno, como tua defesa,
E me fazer coçar e coçar e coçar...
Ah, como a brisa da manhã quisera poder deitar-me sobre ti!
Como o orvalho da madrugada, quisera poder te lamber...
Como o vento da tarde, quisera poder remexer contigo num remexido de dois.
Ah, dormideira!
Quem me dera poder tocar-te e ver-te sempre aberta...
01/04/93