Deja Vu
Quando é noite, enfada-me os olhos,
De ler-te em cartas mortas, violadas,
Ver-te em poemas mudos, amuados.
Assi, me é a noite clausura,
Pendo-me por sobre a janela,
Luzes densas propalam corpos,
Refletidos na estuga, vejo passos.
Furto da lembrança momentos, e logo
Teu rosto queda por outros rostos,
Fico eu à sorver desgosto...
Até que o barulho se vai ao longe,
Se perde os passos por entre os cantos.
Lacrimejado, sina do meu ser amante,
Insisto altivo a vê-los,
Se dissipam dos olhos os passos,
Mas logo, n'outros que vem hás-de nascer.