A mercê de um solitário forasteiro sentimento estou. Fugir-lhe já não posso mais.
Dissecada, desnuda e facetada sinto-me, tal a força da descoberta.
Urge a necessidade de traduzí-lo em palavras...a noite em claro me tomou.
Correm em minutos iguais, em compassado tempo, as agruras e bênçãos do amor.
Hoje, no agora, te amo.

Meu azul e esgotado olhar rende-se ao sentir desse sentimento novo.
As chamas das velas acendidas em reverência, ainda que tardia, ao amor, desenham estranhas formas na parede da minha alma.
Às vezes velas...às vezes estrelas...não o sei.
Não julgo-me, não condeno-me...apenas sinto.
Sei que hoje te amo.

No crepúsculo tardio do entendimento rasga meu peito a certeza desse amor.
Hoje te amo, entre teares de sonhos...entre o real e imaginário.
Na sublime descoberta que, esse amor entoado aqui, está pleno e acima do sentir barateado e vendido como amor.
Inexplicavelmente afinado com tua existência...e, talvez, apenas a simplicidade do fato de existires, dá-me a convicção desse amor.

Meço o fortuito tempo indivisível e atemporal como, depois de ti e antes de ti...
Mas o que sei, entre não saberes...sei que hoje te amo...e não te entôo em comuns melodias de amor, pois és mais...
É um sentir que nutre...ensina...responde...
Preserva...prolonga...promove.. .
Sonha...voa...canta...rende- se...
Inspira...comove...dá esperança...ainda que meu...tão somente meu.
Solitariamente meu.

Hoje te amo...e deleito-me na descoberta...regozijo-me com o macio sentir.
Não tenho lugar, não tenho tempo, não tenho a razão desse amor.
Só sei que o tenho...em mim...em minha alma...não está no que é tangente...está num altar perfumado que erigi dentro do meu descompassado coração.
Esse sentir que nada espera.
E, no porto escondido na névoa densa, da gélida noite de abertos olhos, ancoro, feliz, meu amor reluzente e puro...meu sentir fremente...meu...
...e tão somente meu sentir...o meu Amor.

KARINNA

Karinna
Enviado por Karinna em 23/11/2008
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