Dialogo entre o Amor e a Confiança

- Sabes ao que veio nesta lida confiança?

+ óbvio.

- Não me parece, já que não esta em ti morada da certeza que dá força e segurança. Nesta ultima te falta e não é por não recebê-la.

+ Que discutes Amor? Por ventura fui eu tua contenda?

- Não. Tu, diretamente não. Mas tuas sombras... DEUS todo poderoso...

+ Não tenho culpa do mundo a minha volta estar à beira do caos.

- Deste mal-afamado caos, és a grande gaia maior. Tuas nódoas se apregoam e dão ao mundo este tom cinza gótico, sem a menor cerimônia. Não importa o quanto eu me esforce... Não tenho como te tocar. Essa redoma que hora achei ser de cristal, agora sei ser de algum metal translúcido.

+ Nisso quase tens razão o tal metal nada mais é do que diamante...

- Então reside aí tua resignação e calma. Em saber ter por tua frente o mais duro front, te dedicas a desdenhar de mim.

+ Não se trata de desdém, que infantil amor, me pareces uma fedelho a chorar o primeiro amante, que enxugas nos cueiros.

- Teu desdém te trai, e revela essa gana que tens no que te dou. Me mostrei como sou, sem médias ou subterfúgios. Não lhe foi suficiente. Ainda me tratas como inimigo, alguém sem teu...

+ Respeito!

- Não, respeito me tens. É nítido a olhos vistos. Me faltas com algo não menos importante e igualmente forte. Me deste tua total ausência do bem tratar. Do calor, alguns chamam de carinho.

+ Por todo o Universo, sentes falta disso?

- Trata o assunto com jocosas palavras, ó fria confiança. Dizem que levas uma vida toda como preço por teus serviços, e que se desfaz deles por um meia dúzia de segundos.

+ Sim, está em minha natureza, é de minha essência a minha sorte.

- Prefiro acreditar que esta na tua natureza a chama da disputa, da contenda, da vitoria e da derrota.

+ És de bons olhos então senhor Amor. Sim tenho de ver contendas onde se apresentam as qualidades. E o que mais me irrita as faltas.

- Quão enganada estas comigo! Já me faltam penas e tinta para te pintar.

Confesso que não estou tão havido e criativo. Teu desdém e tua gélida recepção me fazem querer a ti, ausente.

+ Mas somente por falta desse tal carinho, me queres ausente?

- Sim. Meu eu inteiro te deseja desde o primeiro dia. A cada uma de tuas faces me dei a amá-las. Cada um dos teus “eus”, tão belos e vivos me fizeram bem. Mas sem tua presença tudo se vai, rápido e certo como se veio. E quando me deitas sem o tal carinho. É como me deitar com uma brisa que não me toca...

+ Não tenho mais a te dar, não por hora senhor Amor.

- Que não tens, já sei! Senhorita Confiança, O que detém minha altiva espera é saber se desejas a mim e o que tenho para teu dote. Não teria com te dar sem sua presença. Sem teu calor, tu não passas de um risco na água.

+ Amor te deténs em questões, sem a menor praticidade. Me perco ao tentar te dar campanha.

- Te desejo um encontro então doce senhorita. Que encontres a ti mesma.

Se afasta um melancólico e ainda esperançoso Amor...

CLT
Enviado por CLT em 21/11/2008
Reeditado em 22/11/2008
Código do texto: T1296625
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.