Para os dias e para a vida

Aqui, onde o céu se une ao mar, em tardes morenas de brisas mornas de rubro entardecer e poesia, vivo a vida e canto o dia. O dia a dia que se faz perene quanto mais perene se faz meu coração.

Na solidão dos Saaras da existência é que, muitas vezes mensuramos nossas palavras e nossos gritos soltos ao vento e aos nossos irmãos. No ermo dessas paragens buscamos o oásis para matar a sede da alma , reclamante de perdão.

O quebrar das ondas aos nossos pés assemelha-se muitas vezes as nossas idas e vindas na busca da paz, cuja branca bandeira deixamos soçobrar pelo impulso de ser melhor, pela incapacidade de se humilhar, pelo desejo de ter e não somente de favorecidamente ser.

Onde aportamos nossas naus? Na sinceridade dos dias vividos ou na penumbra do egoísmo e da ambição que deixa naufragados nossos irmãos de jornada. Será que firmamos nossas ancoras no oceano da verdade ou na ilusão do status?

Será que realmente conseguimos divisar o que é o nascer de um dia ou o dia é apenas mais uma medida de tempo que deixamos escorrer rotineiramente, compondo as semanas, os meses, os anos e o certeiro fim. Será que bendizemos a aurora ou sequer sentimos o seu brilho multicor nas gotas do orvalho que a madrugada deixou.

Será que no cair da tarde anunciando a noite, agradecemos o dia de labor, ou lamentamos a estafa, o estresse e a faina que o corpo cansou? Caminhamos apressados para chegar a algum lugar de fato, ou algum lugar é apenas o retiro de nossos medos e angústias?

As flores ainda perfumam as mãos de quem as arrancou e mesmo assim, ainda não somos capazes de mirar nelas a sublimidade do Criador.

Até quando poderemos caminhar de mãos dadas. Só no tempo das benesses ou nas tempestades também ?

Será que estamos firmados como rochas nas intempéries dos dias ou somos como a bruma que se evola ao calor do sol?

A gentileza e o carinho ainda fazem parte do nosso costume ou nosso costume já não é ser cortês.

Até onde podemos divisar a nossa urbanidade? Até onde realmente estamos próximos dos que acalentam um simples sonho, o sonho de ser visto, lembrado, respeitado e perdoado ?

Até quando e até onde poderemos viver simplesmente por viver sem realmente sentir a essência da vida e a graça que Deus nos deu?

Celebremos a vida todos os dias e agradeçamos ao Senhor.

A todos os queridos irmãos, desejo que o verdadeiro nascimento do Salvador seja no coração de cada um e, que o alvorecer do novo ano traga consigo as alegrias e as venturas desejadas por todos.

Copyright - by, Oliveira, Guilhermino Domingues de,

Guilhermino
Enviado por Guilhermino em 21/11/2008
Código do texto: T1296404
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