Teatro do Absurdo
Hoje tudo está à venda:
Pães, doces, jantares, festas e depois, plásticas, rostos novos, corpos perfeitos, pacotes de academias, mas ainda se quer mais: carros luxuosos, roupas caras, marcas mesmo em pequenas roupas, bebês “grifados”, babas de branco. Até a venda da esquina está à venda, vendando assim os olhos daqueles que não querem ver. E, para terminar no cúmulo do absurdo:
À venda - túmulos em cemitérios com vista panorâmica e um lindo jardim -
O que é o teatro do absurdo perto da realidade?
O que o seu dinheiro pode comprar?
Quanto a sua vida vale pelo dinheiro que você ganha?
Quantas coisas “normais” você se sujeita a fazer para ter o poder da compra?
“Normal” está entre aspas não por acaso, mas sim porque vem da palavra norma que por sua vez é a lei que significa poder e o poder é imposto porque os valores foram perdidos.
Já parou pra pensar que só se compra o que não se consegue naturalmente?
Ser: é natural
Ter: tem que comprar.
Regras são criadas para aqueles que têm coisas e por este motivo tudo que se compra vem com manual de instruções, pois nem usar o que você compra com o suor dos seus dias você é capaz sem que alguém (inventor) diga através de algumas regras como, por mais dinheiro que você tenha...
Amor se compra?
Respeito está à venda?
Conhecimento se aluga?
E repare, nenhum destes itens descritos acima vem com uma etiqueta ou manual.
Sabem por quê?
Valores não se compram, não estão à venda e não tem preço, mesmo a palavra valor sendo usada erroneamente apenas para caracterizar um pedaço de papel que valoriza muito mais o ter do que o ser.