Teatro do Absurdo

Hoje tudo está à venda:

Pães, doces, jantares, festas e depois, plásticas, rostos novos, corpos perfeitos, pacotes de academias, mas ainda se quer mais: carros luxuosos, roupas caras, marcas mesmo em pequenas roupas, bebês “grifados”, babas de branco. Até a venda da esquina está à venda, vendando assim os olhos daqueles que não querem ver. E, para terminar no cúmulo do absurdo:

À venda - túmulos em cemitérios com vista panorâmica e um lindo jardim -

O que é o teatro do absurdo perto da realidade?

O que o seu dinheiro pode comprar?

Quanto a sua vida vale pelo dinheiro que você ganha?

Quantas coisas “normais” você se sujeita a fazer para ter o poder da compra?

“Normal” está entre aspas não por acaso, mas sim porque vem da palavra norma que por sua vez é a lei que significa poder e o poder é imposto porque os valores foram perdidos.

Já parou pra pensar que só se compra o que não se consegue naturalmente?

Ser: é natural

Ter: tem que comprar.

Regras são criadas para aqueles que têm coisas e por este motivo tudo que se compra vem com manual de instruções, pois nem usar o que você compra com o suor dos seus dias você é capaz sem que alguém (inventor) diga através de algumas regras como, por mais dinheiro que você tenha...

Amor se compra?

Respeito está à venda?

Conhecimento se aluga?

E repare, nenhum destes itens descritos acima vem com uma etiqueta ou manual.

Sabem por quê?

Valores não se compram, não estão à venda e não tem preço, mesmo a palavra valor sendo usada erroneamente apenas para caracterizar um pedaço de papel que valoriza muito mais o ter do que o ser.

Isabella Fagundes
Enviado por Isabella Fagundes em 19/11/2008
Código do texto: T1292076
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