"Ode ao tesão!"
Tesão que a alma lava. Leve lava, transpassa, distingue, excede. Acumula, fervilha em minhas artérias, bombeia-me teu sangue, e recupera. No fôlego, ofegante, foge. Ressurge hirto, abocanha-me antropofagiando a carne pulsante, sem pressa, assim, pausado, lacrimado, sôfrego, pausadamente leviano (leia-se baixinho, como soletrando cada palavra –sensualmente).
Beija-me então a face. Toca-me o céu em dilúvio adejando, passeia-me em tuas mãos, pesadas e sutis. Aperta-me, em disparada coração arritmia intensa aceleração compulsivo tesão explodindo paixão ecoando sinfonia tocando articulações contrações êxtase, gozo!
Nota:
O termo antropofagiando deve ser compreendido como uma metáfora. Ao leitor mais ousado, cabe apenas a imagem, aos demais, dicionário e muita malícia.
O uso demasiado da vírgula, ainda no primeiro parágrafo desta pequena prosa poética deve ser entendido como o momento que antecede à (...), conforme denotei entre parênteses.
Enfim, o parágrafo que finaliza esta “ofegante” prosa é uma antitética expressão em relação ao dito anteriormente, as vírgulas desaparecem, assim para mostrar (ao excitado leitor) a urgência de uma erupção humana.
Uma Ode ao tesão, que enfim voltou!