um amor clandestino

em cada degrau que vc subia

minha alma curiosa se erguia

era vc elegante, esguia,

mais próximo eu me via...

mais ousado me sentia

naquilo que percebia...

aquele que era apenas

o primeiro dia...

o primeiro de um tanto

um tempo que ora incerto,

cada dia mais perto,

era mais forte meu encanto..

e vc ouvindo meu canto

se entregando em meu manto

sem medo, sem espanto

sem porém, sem portanto...

sem entretanto.

caminhávamos, cantávamos,

sonhávamos,delirávamos...

mergulhávamos, esperávamos...

e as estrelas contávamos.

e de lua em lua,

a viagem nos levava;

de estrela em estrela,

a gente se amava.

a gente se entregava,

era ídolo um do outro,

era fã um do outro;

nada nos separava...

ou quase nada.

um quase, como vc dizia:

um defeito de todo dia

um mal que lhe fazia,

um amor que se perdia...

perdia-se clandestino,

perdia-se sem destino;

numa estrada sem rumo,

sem esquadro, sem prumo.

mas, intenso, sem senso

sem bom senso...

ardente, caliente, frequente

inconsequente.

consciente.

selvagemente amoroso...

amorosamente selvagem,

vivemos todas as cores,

sentimos todos os aromas,

saboreamos todos os toques...

ouvimos todos os tambores.

e o tempo chegou

a um fim que se esperava

por mais que não se queria

nada mais evitaria...

mas,

a gente ainda se amava.